Início POLÍTICA Políticos e entidades repudiam presença de Bolsonaro em ato pró-intervenção militar

Políticos e entidades repudiam presença de Bolsonaro em ato pró-intervenção militar

No domingo 19, presidente participou de atos que pediam o fechamento do Congresso e do STF... Leia mais em https://www.cartacapital.com.br/politica/entidades-internacionais-repudiam-presenca-de-bolsonaro-em-ato-antidemocracia/. O conteúdo de CartaCapital está protegido pela legislação brasileira sobre direito autoral. Essa defesa é necessária para manter o jornalismo corajoso e transparente de CartaCapital vivo e acessível a todos

Membros do Congresso, do STF, governadores e OAB criticam participação do presidente. “No Brasil, temos de lutar contra o corona e o vírus do autoritarismo”, diz Maia. Cúpula militar tenta minimizar ocorrido.

O presidente Jair Bolsonaro foi alvo de duras críticas após discursar durante um ato em Brasília pró-intervenção militar. Políticos e organizações se posicionaram veementemente contra qualquer hipótese de uma intervenção militar no país e criticaram a presença do presidente na manifestação. A cúpula militar, por sua vez, estaria tentando minimizar a participação de Bolsonaro no ato e descartando um risco à democracia.

O protesto, realizado neste domingo (19/04) em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, reuniu dezenas de defensores do governo que se aglomeraram para ouvir o presidente, contrariando as orientações de distanciamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS) por conta da covid-19. O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, não se pronunciou sobre o assunto – diferente de seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta, que chegou a repreender Bolsonaro por sair às ruas.

Antes da fala de Bolsonaro, manifestantes entoaram gritos como “AI-5”, “fecha o Congresso” e “fecha o STF”. Muitos dos manifestantes carregavam faixas com a frase “intervenção militar já com Bolsonaro”, contrariando a Constituição brasileira.

Nesta segunda-feira, aparentemente incomodado com as críticas à sua participação, o presidente disse ser contra o fim da democracia e o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF). “No que depender do presidente Jair Bolsonaro, democracia e liberdade acima de tudo”, disse ele a jornalistas em Brasília. “O pessoal geralmente conspira para chegar no poder. Eu já estou no poder. Eu já sou o presidente da República. […] Eu sou realmente a Constituição.”

Um dos mais visados pelos manifestantes no domingo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ser uma “crueldade imperdoável” pregar uma ruptura democrática em meio às mortes em decorrência da pandemia de covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus.

“O mundo inteiro está unido contra o coronavírus. No Brasil, temos de lutar contra o corona e o vírus do autoritarismo. É mais trabalhoso, mas venceremos. Em nome da Câmara dos Deputados, repudio todo e qualquer ato que defenda a ditadura, atentando contra a Constituição”, – Rodrigo Maia

Ala militar: Bolsonaro quis agradar ala ideológica

Em meio a tantas críticas, a própria cúpula militar buscou minimizar a presença de Bolsonaro na manifestação – o argumento é que Bolsonaro quis agradar sua base de apoiadores ligada à ala ideológica.

Segundo apurou a repórter Andréia Sadi, do Grupo Globo, os ministros da ala militar garantem que não existe qualquer ameaça concreta à democracia. Um general integrante do governo teria afirmado a Sadi que Bolsonaro “dá vazão” a apoiadores antidemocráticos “na retórica”. Segundo o militar, o presidente não teria “poder sozinho” para ruptura democrática, algo que está fora de cogitação para as Forças Armadas.

A participação de Bolsonaro num ato que pede intervenção militar foi noticiada também pela imprensa internacional. Na Alemanha, sob a manchete “Apoiadores do governo no Brasil pedem intervenção militar”, o portal Der Spiegel afirmou que a atitude negligente de Bolsonaro tem causado repúdio até mesmo entre os numerosos militares representados no gabinete.

O jornal Süddeutsche Zeitung citou que o ex-militar Bolsonaro tem repetidamente chamado o novo coronavírus de “gripe leve” e tem se manifestado contrário às recomendações de restrições da vida pública.

fonte: PV/ots

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