Início POLÍTICA Preocupação com base fiscal do Brasil não deve ir embora tão cedo,...

Preocupação com base fiscal do Brasil não deve ir embora tão cedo, diz Christopher Garman, da Eurasia

O que esperar do pacote de corte de gastos que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar depois das eleições municipais? Para o cientista político Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia, empresa de consultoria e análise de risco, essa é a grande pergunta do mercado financeiro atualmente.  

Para Garman, a preocupação com a base fiscal está levando a economia brasileira a um câmbio mais depreciado, além de aumentar a projeção de inflação futura. “Isso acaba contribuindo para o Banco Central (BC) elevar a taxa de juros no país”, diz.

De acordo com o analista da Eurasia, estamos no momento político propício para aprovação de medidas econômicas que consigam limitar o crescimento do gasto público. 

“O ministro Haddad sabe que aprovar algumas medidas de cortes de gastos é essencial para reduzir a pressão sobre a política monetária e criar as condições para um corte de juros futuro”, afirma. 

Leia Mais

Revisão de gastos não diz respeito a esse ou aquele ministério, diz Haddad

Para Campos Neto, mercado global tem reagido melhor do que se imaginava ao cenário de crises

Após projeções negativas do FMI, Haddad volta a defender arcabouço fiscal

 

Expectativa x realidade

Apesar do cenário favorável, Garman ressalta que a janela de oportunidade é curta. “Nós estamos a dois anos da eleição presidencial e o presidente Lula (PT) ainda goza de uma taxa de aprovação popular elevada. Portanto, temos uma janela política pequena para aprovar medidas mais difíceis e duras, antes que o ciclo eleitoral se imponha de uma forma mais relevante”, explica.

A boa notícia, segundo o diretor da Eurasia, é que o presidente Lula parece estar mais sensibilizado sobre a necessidade de fazer ajustes.  

“Ele está começando a enxergar que fazer um pacote de corte de gastos pode levar o Brasil ao chamado grau de investimento, que é um selo de bom pagador do mercado financeiro. E, ao mesmo tempo, Haddad está argumentado de que fazer um pacote de corte de gastos também é essencial para poder financiar a sua promessa eleitoral de isentar do imposto de renda a pessoa física que ganha até R$ 5 mil.”  

A má notícia, observa Garman, é que o presidente Lula talvez não esteja disposto a fazer reformas mais estruturantes, que atacam as regras de vinculação sobre os pisos da educação e da saúde e, também, sobre os benefícios previdenciários.  

“Portanto, um pacote de medidas econômicas deve ser apresentado, mas provavelmente será mais modesto do que o necessário, o que significa que a preocupação fiscal, infelizmente, não deve ir embora tão cedo”, conclui.

 

Este conteúdo foi originalmente publicado em Preocupação com base fiscal do Brasil não deve ir embora tão cedo, diz Christopher Garman, da Eurasia no site CNN Brasil.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Publicidade

Most Popular

Recent Comments