De acordo com o Independent Office for Police Conduct (IOPC), órgão britânico que investiga as condutas policiais, a viatura que atingiu o brasiliense Cristopher de Carvalho Guedes, de 26 anos, atendia uma chamada de emergência no momento do acidente. O homem foi socorrido, mas morreu em um hospital de Londres nessa quinta-feira (12/10).
“A colisão ocorreu pouco depois das 15h na Southbury Road. Entendemos que, no momento da colisão, o policial que conduzia a viatura policial estava atendendo a uma chamada de emergência com as luzes e sirenes do veículo acionadas”, informou o órgão.
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Brasiliense foi atingido por carro da polícia que furou sinal vermelho
Reprodução/Acervo Pessoal
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Motocicleta de Cristopher após a colisão
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Conhecidos da vítima e moradores da cidade organizaram motociata em homenagem a Cristopher
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Cristopher morava no Gama antes de se mudar para Londres
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Jovem buscava emprego na Inglaterra
Reprodução/Arquivo Pessoal
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Uma investigação independente sobre a colisão fatal foi iniciada: “Após sermos notificados do incidente pelo Metropolitan Police Service’s Department of Professional Standards, enviamos investigadores ao local e à polícia após os procedimentos do incidente para começar a coletar evidências”.
As autoridades do país esperam o avanço das investigações para confirmar a identidade da vítima e entrar em contato com a família de Cristopher. O brasiliense estava na Inglaterra havia um mês e tentava conseguir um emprego com a esposa, Jennyfer Ketlyn dos Santos, 24.
Morte de brasiliense
Cristopher pilotava uma motocicleta, quando um veículo da polícia inglesa ultrapassou o sinal vermelho na via oposta e o atingiu. A vítima ia a uma lanchonete acompanhada do primo Wandeson Alves, 26, também brasiliense.
Cada um dirigia a própria moto, mas apenas Cristopher se feriu. Ele teve uma costela fraturada e o pulmão perfurado. Até a publicação desta reportagem, nenhum veículo de notícias londrino havia noticiado o ocorrido.
Antes de se mudarem para a Inglaterra, Cristopher e Wandeson moravam no Gama. A testemunha relatou que as equipes de socorro ficaram no local por cerca de 40 minutos. Depois, uma ambulância levou a vítima para um hospital localizado a uma hora de distância. “Havia outros mais próximos, mas disseram que só aquele [para o qual se dirigiram] tinha preparo para a situação”, contou.
O motociclista deu entrada na unidade de terapia intensiva (UTI) com vida, mas não resistiu. O cérebro de Cristopher chegou a inchar devido à falta de oxigênio, segundo Wandeson.
Elogios ao trânsito
O primo da vítima relatou que a polícia não se manifestou sobre a morte até o momento. A única informação que a família de Cristopher recebeu foi de que, pelo fato de a colisão ter envolvido a força de segurança inglesa, outro órgão teria de conduzir as investigações.
“Ele estava muito feliz. Todas as vezes, falava como lá [em Londres] era maravilhoso, que a comida era mais barata, que tinha lugares lindos, que ele morava ao lado de um estádio de futebol enorme…”, relatou a irmã de Cristopher, Thaisa de Carvalho Guedes, 31.
Ela também disse que o irmão elogiava o tráfego da cidade: “Por incrível que pareça, ele dizia que o trânsito de lá era muito bom, que as pessoas andavam devagar e não corriam, como aqui no Brasil, que as pessoas eram educadas e não precisávamos nos preocupar”.
Thaisa acrescentou que Cristopher também queria levá-la para Londres e que a mudança estava planejada para o fim deste ano. Após a morte do irmão, porém, os planos foram cancelados. “Perdi um pedaço de mim em busca de um sonho lá”, lamentou.
Na tarde desta sexta-feira (13/10), moradores e conhecidos da vítima se reuniram próximo ao local do acidente, em uma motociata, para cobrar justiça pela morte do brasiliense.
Veja imagens:
Agora, a família planeja trazer o corpo de Cristopher de volta para o Brasil, para enterrá-lo. No entanto, o traslado do corpo custa 17 mil libras — o equivalente a R$ 102 mil. Impossibilitados de pagar esse valor, parentes do motociclista criaram uma vaquinha para arrecadar o dinheiro necessário aos procedimentos.