A defesa de Maicol Antonio Sales do Santos negou que o principal suspeito do caso Vitória Regina tenha confessado formalmente que foi o autor do crime, ocorrido no último dia 26 de fevereiro, em Cajamar, na Grande São Paulo.
Entenda quais evidências ligam cada suspeito ao crime
Nessa segunda-feira (17), a CNN teve acesso a informação de que o principal suspeito do assassinato de Vitória Regina de Souza, 17 anos, havia confessado o crime. A informação foi confirmada pela CNN com duas fontes da Polícia de São Paulo.
Em nota, os advogados de Maicol esclarecem que não houve confissão de autoria ou participação no caso de Vitória Regina de Souza. A defesa refuta qualquer informação diversa. Os representantes reforçam que “qualquer declaração atribuída a ele, feita sem a presença de seus advogados, ofende a legislação processual”.
Veja a nota na íntegra:
“Os advogados de Maicol Antonio Sales dos Santos informam que, até o presente momento, não houve confissão de autoria ou participação por parte do cliente em relação ao caso Vitória Regina de Souza, sendo inverídicas quaisquer informações que estejam sendo veiculadas a esse respeito.
Ressaltamos que Maicol está sendo assistido por sua defesa e que toda e qualquer declaração atribuída a ele, feita sem a presença de seus advogados, ofende a legislação processual pertinente e carece de validade jurídica, sendo potencial causa nulificadora do processo e até mesmo de configuração de ilícito penal e administrativo.
Registre-se, por fim, que estamos adotando todas as medidas cabíveis para garantir o pleno direito de defesa e o devido processo legal, bem como fazer respeitar as prerrogativas conferidas à advocacia, dentre as quais o direito de entrevistar-se pessoal e reservadamente com o cliente e o acesso à integralidade das informações constantes no inquérito policial e demais feitos correlatos.
Seguimos acompanhando o caso e reforçamos nosso compromisso com a verdade e com a justiça.”
Stalking contra vítima
A CNN teve acesso às informações extraídas, a partir do software israelense Cellebrite, que auxiliou a polícia a localizar provas contra Maicol Antônio Sales dos Santos.
Entre os arquivos encontrados no dispositivo do indivíduo, há diversas fotos de Vitória. Os diversos registros denotam traços idênticos aos observados nos crimes de stalking.
A perícia constatou que Maicol acessou o perfil de Vitória no Instagram após seu desaparecimento, na madrugada do dia 27 de fevereiro. Os investigadores, em uma análise inicial, conjecturam que o homem pode ter algum tipo de ‘fixação’ pela vítima do crime.
O interesse acentuado no perfil da vítima, não se restringe somente a ela. Também constam imagens de outras garotas que se assemelham fisicamente, apresentando os mesmos traços e biotipo.
A investigação apura conversas de Maicol com o ex-namorado de Vitória, mostrando preocupação sobre seu automóvel supostamente relacionado ao crime, o que poderia sugerir ligação entre eles.
Depoimento de motorista reforça suspeitas contra Maicol
Data para fim das investigações
A investigação do assassinato de Vitória Regina de Sousa, morta em Cajamar, deve ser concluída até 13 de abril, data em que ela completaria 18 anos. A polícia considera importante finalizar o inquérito até essa data.
O inquérito deverá ser concluído, dependendo de laudos pendentes, especialmente o da necropsia, que revelará a causa da morte e as lesões.
Também se aguarda a comparação do DNA de Vitória com amostras de sangue de um dos suspeitos, que deve ser finalizada até o início da próxima semana. O estágio avançado do corpo dificulta o processo de necropsia.
Relembre o caso
O desaparecimento e a trágica morte de Vitória Regina de Sousa, uma jovem de 17 anos comoveu os moradores de Cajamar (SP). A história começou em 26 de fevereiro, quando Vitória, após um dia de trabalho em um shopping local, pegou o ônibus de volta para casa.
Naquela noite, Vitória compartilhou mensagens de texto com uma amiga, expressando o medo que sentia ao perceber que estava sendo seguida por dois homens. Testemunhas relataram ter visto um automóvel com quatro homens seguindo a jovem depois que ela desceu do ônibus.
Após seu desaparecimento, a cidade se uniu em buscas incessantes. A polícia e os familiares, apoiados por diversos agentes, cães farejadores e drones, procuraram por Vitória em todos os cantos da região.
A angústia chegou ao fim em 5 de março, quando o corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata em Cajamar. O corpo da jovem estava em estado avançado de decomposição e apresentava sinais de violência. Um policial que estava no local das buscas informou que o corpo da vítima foi bastante violentado. A jovem estava com a cabeça raspada e sem as roupas.
A Delegacia de Polícia de Cajamar assumiu a responsabilidade pela investigação, trabalhando com diversas hipóteses para o crime. Mais de 18 pessoas foram ouvidas e dois veículos foram apreendidos para perícia.
O corpo de Vitória foi velado e enterrado sob forte comoção de parentes, amigos e moradores da cidade. Gritos de “justiça” foram entoados durante o sepultamento.
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1 de 10Velório da jovem Vitória Regina de Sousa, 17 anos, morta em Cajamar (SP)
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2 de 10Velório da jovem Vitória Regina de Sousa, 17 anos, morta em Cajamar (SP) • CNN
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3 de 10Velório da jovem Vitória Regina de Sousa, 17 anos, morta em Cajamar (SP) • CNN
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4 de 10Velório da jovem Vitória Regina de Sousa, 17 anos, morta em Cajamar (SP) • CNN
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5 de 10Centenas de pessoas acompanham o velório da jovem • Reprodução/CNN
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6 de 10Centenas de pessoas acompanham o velório da jovem • Reprodução/CNN
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7 de 10Centenas de pessoas acompanham o velório da jovem • Reprodução/CNN
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8 de 10Corpo de Vitória chega ao velório em Cajamar • Reprodução/CNN
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9 de 10Familiares participam de velório de Vitória • Reprodução/CNN
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10 de 10Familiares participam de velório de Vitória • Reprodução/CNN
Este conteúdo foi originalmente publicado em Caso Vitória: Defesa de suspeito nega confissão do crime no site CNN Brasil.