Com a saída de Alexandre Padilha do comando da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), há ainda indefinição sobre quem deve assumir a pasta responsável pela articulação política do governo com o Congresso Nacional. Dois nomes são os principais cotados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o atual líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.
Conforme apurou a CNN, Guimarães é o preferido do presidente para o cargo. Próximo de Lula desde 1989, o deputado também é bem-visto por partidos de centro, tendo participado de importantes articulações para a aprovação de projetos de interesse do Palácio do Planalto ao longo do ano passado.
Gleisi, que também foi apontada internamente pelo próprio presidente como uma opção para o cargo, é parceira de Lula há muitos anos, tendo sido responsável pela liderança da campanha “Lula livre” enquanto o petista esteve preso.
A presidente do PT é considerada ainda uma opção para compensar a saída de mais uma mulher do primeiro escalão do governo, uma vez que Nísia Trindade deixará o comando do Ministério da Saúde após o Carnaval. Gleisi, porém, é vista por partidos de centro como um nome um tanto “combativo”, o que pode desagradar algumas siglas.
De forma a tentar reverter a queda de popularidade do governo petista, Lula também avalia a possibilidade de entregar o cargo a um partido de centro. No Congresso Nacional, a preferência do grupo para assumir a SRI é pelo líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL). O parlamentar alagoano tem apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Diálogo com o Congresso
Como mostrou a CNN, deputados da base têm defendido que manter a articulação política do governo sob o domínio do PT não resolverá os problemas de diálogo com o Congresso. Pelo contrário, parlamentares dizem que o movimento poderá dificultar as votações da agenda governista neste ano.
Inicialmente, o PT passou a cobrar o Palácio do Planalto para que o partido não tenha a quantidade de cadeiras na Esplanada reduzida. Ou seja, a legenda até aceita trocas, mas resiste a perdas. Hoje, o PT comanda 12 ministérios.
No entanto, com a ida de Alexandre Padilha, que é filiado ao PT, ao Ministério da Saúde, o partido já sinalizou ao presidente que não há restrição à nomeação de um nome de uma sigla de centro para a vaga da SRI.
Um cenário que pode agradar ambos os lados e que também é avaliado pelo Planalto é deixar a SRI com José Guimarães e alocar Isnaldo Bulhões (MDB) para a vaga de líder do governo na Câmara.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Guimarães e Gleisi despontam entre cotados para articulação do Planalto no site CNN Brasil.