Cerca de R$ 6 bilhões foram movimentados de forma ilegal pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) através de duas fintechs, a 2GO Bank e a InvBank, utilizando mecanismos financeiros “sofisticados” para ocultar a origem e os beneficiários dos recursos, segundo investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (GAECO).
Além do Brasil, esse valor teria sido movimentado em países como os Estados Unidos, Paraguai, Peru, Holanda, Argentina, Bolívia, Canadá, Panamá, Colômbia, Inglaterra, Itália, Turquia, Dubai e, principalmente, Hong Kong e China.
A investigação deu origem a Operação Hydra, deflagrada pela Polícia Federal e o GAECO nesta terça-feira (25), que revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro.
Na ação, o policial civil Cyllas Elia Junior foi preso. A CNN apurou que ele se apresenta como CEO da 2GO Bank, uma das instituições financeiras alvos da operação. Tanto a 2GO quanto a InvBank foram delatadas por Vinicius Gritzbach, empresário morto no Aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024.
Elia Junior já havia sido preso em 2024 por lavagem de dinheiro para criminosos chineses.
Na operação de hoje, os agentes também cumprem um mandado de prisão contra o dono de uma das fintechs. Há ainda dez ordens de busca e apreensão nas sedes das companhias e em endereços de seis pessoas que trabalham nas fintechs.
Os mandados foram cumpridos nas cidades de São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo.
A Justiça determinou o bloqueio de valores em oito contas bancárias e a suspensão temporária das atividades econômicas das instituições financeiras envolvidas.
A operação desta terça-feira (25) é um desdobramento da delação do empresário Vinícius Gritzbach. Segundo os investigadores, as instituições financeiras encaminhavam os depósitos para contas de “laranjas”, das quais tinham total controle.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), responsável pela Polícia Civil de São Paulo, informou que Cyllas Elia Junior já havia sido afastado de suas funções em dezembro de 2022. A Corregedoria da corporação acompanha a ação desta terça para colaborar com as investigações.
A CNN solicitou um posicionamento às fintechs citadas e aguarda um retorno.
*Sob supervisão
Este conteúdo foi originalmente publicado em PCC lavou R$ 6 bilhões usando fintechs, mostra investigação no site CNN Brasil.