Início POLÍTICA Tenente-coronel sugere “sair das 4 linhas” para dar um golpe

Tenente-coronel sugere “sair das 4 linhas” para dar um golpe

Em áudio divulgado pela Polícia Federal (PF) neste domingo (23), o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, sugeriu “sair das quatros linhas” para viabilizar uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O material foi extraído de celulares e computadores apreendidos durante a investigação que resultou na denúncia de 34 pessoas por atos contra o Estado Democrático de Direito. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada.

“Esse é o nosso mal, a gente não está saindo das quatro linhas. Vai ter uma hora que a gente vai ter que sair ou então eles vão continuar dominando a gente. É isso cara, infelizmente é isso”, afirmou o tenente-coronel.

A expressão “jogar dentro das quatro linhas da Constituição” se popularizou nos discursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um indicativo de que não adotaria medidas fora do que a Constituição prevê. No áudio, o tenente-coronel sugere justamente o oposto, defendendo ações que rompessem com os limites constitucionais.

“A eleição não vai voltar atrás, mas isso é o jogo dentro das quatro linhas que, até agora, o que a gente não apresentou foi o jogo fora”, completou o tenente-coronel no áudio.

Almeida é ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia. Ele foi um dos 34 denunciados pela PGR.

Ainda na gravação, Almeida critica a postura silenciosa dos comandantes das Forças Armadas e argumenta que o então ministro da Defesa na época, o general Paulo Sérgio Nogueira, deveria se pronunciar.

“Até agora, a decisão foi manter o silêncio. Eu acho que os caras estão numa zona de conforto. O cara sabe que qualquer declaração, nesse momento, vai ganhar todos os holofotes da mídia, porque a mídia está buscando notícias. Se alguém das Forças Armadas falar agora é barro. Então, acho que quem teria que falar alguma coisa seria o general Paulo Sérgio, não o comandante da força. Acho que teria que ser o ministro da Defesa” relata Almeida.

Em fevereiro, o tenente-coronel foi alvo da Operação Tempus Veritatis. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra ele, Almeida desmaiou e precisou ser socorrido.

A Polícia Federal aponta que o militar fazia parte de um núcleo encarregado de disseminar desinformação e atacar o sistema eleitoral, com o objetivo de incentivar manifestantes a permanecerem em frente aos quarteis do Exército “no intuito criar o ambiente propício para o golpe de Estado”.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Tenente-coronel sugere “sair das 4 linhas” para dar um golpe no site CNN Brasil.

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