Uma das principais medidas do governo, para reverter a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está prevista para ser colocada em prática na primeira quinzena de março. O plano é anunciar, após o carnaval, a medida provisória que institui o crédito consignado para trabalhadores formalizados no regime CLT, em evento com participação do petista, e já permitir que bancos e instituições financeiras possam oferecer a nova modalidade de empréstimo.
O texto da medida provisória já está sendo concluído, mas o plano do governo é fazer o anúncio entre os dias 10 e 14 de março – o dia 12, uma quarta-feira, é a data inicialmente planejada para o início da vigência do consignado privado.
Dois fatores pesaram para esse cronograma: fazer o anúncio após o carnaval, para não reduzir o impacto da medida na semana pré-feriado e para questões tecnológicas serem solucionadas a tempo, e antes das manifestações que estão sendo convocadas pela oposição para o dia 16 de março.
Nas discussões para definir o início do consignado privado, pesou o quanto a medida é considerada crucial para a recuperação da imagem do presidente, que terminou 2024 e começou o terceiro ano do atual mandato com baixa aprovação – no Datafolha, Lula registrou o mais baixo índice de quem considera o governo ótimo ou bom, com 24%, abaixo do obtido durante o escândalo do mensalão, em 2005.
Uma reunião convocada pela Casa Civil na quinta-feira (20) alinharia mais detalhes da medida e da forma como Lula vai anunciar o início dessa modalidade de crédito.
Entre instituições financeiras que participam da formatação do sistema, há preocupações e parte está descontente com aspectos do programa, em especial os relacionados às garantias de pagamento.
Pelo formato que está sendo discutido no momento, os empregadores terão que lançar, manualmente, os descontos em folha. Tanto as empresas grandes, que contam com organizado setor contábil, como microempresários com estrutura rudimentar ou empregadores domésticos. Os bancos preferiam que, antes do início da vigência, já estivesse em curso um desconto em folha mais automatizado, o que, pela pressa do governo com o tema, pode não ter tempo hábil de ser concluído.
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