Em defesa do professor agredido por alunos de um colégio do Distrito Federal após impedir o uso do celular em sala de aula, a Associação dos Pais e Alunos do Distrito Federal (Aspa-DF) destacou os prejuízos do uso excessivo desse aparelho no ambiente educacional.
A Aspa-DF avaliou que o episódio evidencia os desafios enfrentados após a vigência da Lei Federal nº 15.100/2025, que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante as aulas e nos intervalos delas em todas as etapas da educação básica.
Para a associação, são necessárias medidas de apoio a programas educativos e que valorizem o respeito, a empatia e a convivência pacífica no ambiente escolar, a fim de prevenir outros episódios de violência relacionados à medida adotada.
“O uso excessivo de celulares por crianças e adolescentes tem sido associado a problemas de saúde física e mental, como sedentarismo, depressão e dificuldades de concentração”, alertou a associação, por meio de nota pública.
Ainda segundo a Aspa-DF, a proibição determinada pelo governo federal visa criar um ambiente mais propício ao aprendizado, minimizar distrações e promover o foco nas atividades pedagógicas. Para garantir uma transição eficaz na rotina, a associação também considera fundamental haver colaboração entre a comunidade escolar.
“Os educadores desempenham um papel crucial na orientação sobre o uso consciente da tecnologia, enquanto as famílias devem reforçar em casa os limites estabelecidos, promovendo atividades que não envolvam o uso de dispositivos eletrônicos”, ressaltou. “E a associação pode atuar como uma ponte entre a escola e as famílias, oferecendo suporte e promovendo discussões sobre estratégias para lidar com a dependência digital.”
O caso
Um professor do Centro Educacional (CED) Vale do Amanhecer foi covardemente agredido por alunos após impedir que os estudantes usassem o celular dentro da sala de aula. O caso aconteceu na tarde dessa terça-feira (18/2), em Planaltina.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) detalhou que o docente foi atacado fora da escola, enquanto aguardava por ônibus em uma parada da região.
O educador foi seguido pelos alunos até o local e agredido. Pouco antes, ainda durante o expediente, ele havia acionado a equipe gestora da escola para recolher os telefones dos estudantes, que tinham se recusado a entregar.
Por meio de nota, a SEEDF informou que “a direção da unidade [escolar] tomou as providências necessárias” e acionou “imediatamente os responsáveis pelos alunos, para que as medidas cabíveis fossem adotadas”.
“O professor registrou ocorrência junto às autoridades competentes e recebe suporte da escola. A Secretaria de Educação repudia qualquer ato de violência e reforça o compromisso em garantir um ambiente escolar seguro e respeitoso”, concluiu a pasta.