A Polícia Civil da Bahia, com apoio da Polícia Militar, deflagrou nesta quinta-feira (20) a Operação “Pacificar” no município de Prado, extremo sul do estado. A ação visa desarticular grupos armados que atuam em conflitos entre indígenas e produtores rurais na região.
A PCBA cumpre 12 mandados de prisão e sete de busca e apreensão, no extremo Sul da Bahia. A medida visa coibir uma série de conflitos entre produtores e indígenas na região. Dez pessoas já foram presas.
Em nota, a polícia diz que a operação investiga grupos de supostos indígenas que, alegando “retomadas” de terras ancestrais, agem com violência e ameaças contra trabalhadores e proprietários rurais. Os grupos são acusados de saquear produções agrícolas, roubar móveis e veículos, além de restringir a liberdade das vítimas.
A operação tem como objetivo desarticular os grupos armados e restaurar a segurança na região. Participam da operação policiais das Coordenadorias Regionais de Teixeira de Freitas, Eunápolis, Ilhéus, Itapetinga e Vitória da Conquista, além da Diretoria Regional Sul Sudoeste e de unidades do Comando de Aviação da Polícia Militar (CATTI) e Departamento de Polícia do Interior (DEPIN). O Departamento de Polícia Técnica realiza perícias nos locais.
Conflitos recorrentes na região
A região extremo sul da Bahia têm registrado diversos conflitos entre produtores rurais e indígenas. Um indígena da etnia Pataxó foi assassinado a tiros durante um ataque a uma comunidade na Terra Indígena (TI) Barra Velha do Monte Pascoal, situada no extremo sul da Bahia, no último dia 10.
Indígena Pataxó é morto em ataque à comunidade na Bahia
Em outro caso, uma indígena Pataxó Hã Hã Hãe foi assassinada e outras feridas a tiros na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, na Bahia, no fim de janeiro.
Segundo o Conselho de Caciques Pataxó TI Barra Velha de Monte Pascoal (Conpaca), o assassinato ocorreu na véspera de uma audiência pública em Brasília sobre a demarcação de terras indígenas na região.
Em outro caso, um conflito na Fazenda Inhuma, em Potiraguá, resultou na morte de Maria de Fátima Muniz, a Nega Pataxó, de 52 anos, e deixou outros indígenas feridos, incluindo o cacique Nailton Muniz.
Indígena é assassinada em conflito com fazendeiros no sul da Bahia
Aproximadamente 200 ruralistas se reuniram através de um WhatsApp para reivindicar a posse da área, cercando-a com caminhonetes. Dois fazendeiros foram presos por homicídio e tentativa de homicídio, com quatro armas apreendidas.
O governador da Bahia chegou a convocar uma reunião extraordinária para integrar o trabalho das secretarias nas investigações deste conflito. Jerônimo usou ainda suas redes sociais para expressar solidariedade às famílias.
“Nós não aceitaremos qualquer tipo de violência como a ocorrida recentemente no sul da Bahia. Já estamos mobilizados para apurar e punir os responsáveis”, afirmou o governador.
Uma comitiva do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), liderada pela ministra Sonia Guajajara, embarca para a região nesta segunda-feira (22).
Este conteúdo foi originalmente publicado em BA: Polícia faz operação em área de conflito entre indígenas e ruralistas no site CNN Brasil.
