Em depoimento prestado para a polícia de Cajamar (SP), Maicol Antonio Sales dos Santos, que confessou ter assassinado Vitória Regina de Sousa no início do mês, informou as supostas causas que o levaram a cometer o crime.
Segundo Maicol, ambos tiveram um envolvimento rápido há cerca de um ano, o suspeito também afirmou que não sabia que Vitória ainda era adolescente, argumentando que a jovem já havia se formado no ensino médio.
O autor do crime disse que a vítima passou a ameaçá-lo, dizendo que contaria sobre o caso para sua esposa já que, na época, ele já estava em um relacionamento.
Preocupado com o fim do relacionamento, Maicol decidiu encontrá-la para conversar, procurando pelos pontos de ônibus da região onde ela normalmente descia. Sem sucesso, optou por retornar para casa, até a encontrar no caminho da volta.
O assassino confesso disse que chamou a vítima para conversar em seu carro, que aceitou e entrou. Ao pedir para que parasse com as ameaças, Vitória teria o agredido e, em meio à agressão, Maicol pegou uma faca que carregava ao lado do banco do motorista e desferiu dois golpes contra a vítima.
Ainda segundo Maicol, Vitória faleceu logo após o segundo golpe.
O corpo
No depoimento, Maicol disse que logo após os acontecimentos, colocou o corpo de Vitória no porta-malas e voltou para casa, para buscar uma enxada para enterrá-la.
O autor do crime afirmou que não sabe como o corpo dela foi desenterrado, nem como os cabelos da vítima foram removidos. Ele também afirmou não ter voltado ao local onde o corpo fora enterrado.
Sobre o local onde o corpo foi encontrado, Maicol disse ter a enterrado em uma localização distante de onde foi encontrado. Ele disse que, quando viu a repercussão da imprensa, não se preocupou, pois pensou se tratar de outro corpo.
As roupas de Vitória, junto ao celular e uma sacola que ela carregava foram queimados por Maicol no dia seguinte. Ele afirma que descartou os resíduos em uma lixeira próximo a um campo de futebol da cidade.
Arma do crime
Ainda segundo o depoimento, a arma utilizada no crime era uma faca de 3,5 cm de largura. Segundo o depoimento, Maicol normalmente levava consigo a arma, que ficava escondida entre o apoio de braço e o banco do motorista.
Maicol também afirmou que a arma do crime foi descartada em um rio que existe no caminho de volta para casa.
Laudo do IML
A CNN teve acesso ao laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a morte da jovem. A perícia aponta que ela não sofreu violência sexual e foi assassinada com três facadas, diferente do indicado pelo depoimento de Maicol.
A causa da morte foi hemorragia traumática decorrente das lesões provocadas pelos golpes.
Foi encontrado álcool no sangue da vítima, mas, segundo o laudo, indica “um processo de fermentação característico da putrefação”.
Único autor
A Polícia de São Paulo afirmou que Maicol Antonio Sales dos Santos foi o único autor do crime.
A informação foi confirmada pelo delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). A polícia revelou que Maicol se mostrou “obcecado” por Vitória e a seguia desde o ano passado.
“Ontem a noite ele quis confessar o crime. A confissão foi tomada pelo doutor Fábio. Ficou muito claro que ele era obcecado pela vítima”, disse o Dr. Carmo em conversa com a imprensa.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Caso Vitória: veja os detalhes do depoimento de Maicol dos Santos no site CNN Brasil.