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“Medo de ser preso”: militar cita recuo de Bolsonaro sobre minuta do golpe

A Polícia Federal (PF) divulgou uma série de áudios, na noite de domingo (23), de citados no inquérito que aponta a articulação de um suposto plano golpista no contexto das eleições gerais de 2022.

O material foi extraído de celulares e computadores apreendidos durante a investigação que resultou na denúncia de 34 pessoas por atos contra o Estado Democrático de Direito. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada.

Um dos áudios detalha uma conversa entre os coroneis Bernardo Romão Corrêa Netto, então assistente do Comandante Militar do Sul, e Fabrício Moreira de Bastos, que atuava no Centro de Inteligência do Exército, no dia 21 de dezembro de 2022. O diálogo foi apontado pela PF como uma das evidências de que havia um decreto “golpista” pronto.

Na ocasião, Corrêa Netto relatava uma conversa (leia abaixo) que teria tido com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a narração, o documento não teria sido assinado pelo então presidente por falta de adesão das Forças Armadas.

Os três militares foram denunciados pela PGR que, no documento enviado ao STF, diz que eles teriam integrado “de maneira livre, consciente e voluntária, uma organização criminosa” que tinha o objetivo de “impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor um governo legitimamente eleito”.

A CNN procurou a Marinha, o Exército e a Aeronáutica sobre os áudios divulgados e aguarda retorno.

Veja o diálogo:

Coronel Bastos: “Vento mudando na guarnição…”

Coronel Corrêa Netto (em áudio): “O que que está rolando aí, velho? Eu falei com o Cid hoje… Cid falou: ‘Pô, pode esquecer que não vai rolar nada, não’. Ele falou:  ‘Ó, cara, pode esquecer, não deve… O decreto não vai sair. Presidente não vai fazer. Só faria se tivesse o apoio das Forças Armadas, porque ele está com medo de ser preso. Se acontecer alguma coisa vai ser preso e o caramba e tal. Não vai soltar nada, não’. Falei com ele agora de manhã. O quê que está acontecendo de novidade por aí?”

Coronel Bastos: “Bem, a novidade é que hoje o GFG [general Freire Gomes] iria para Goiânia para sua despedida, mas cancelou o evento e houve uma reunião com todos os 4 estrelas…”

Em seguida, o coronel Bastos faz referência ao então coronel Nilton Diniz Rodrigues, apontado pela PF como um dos responsáveis pela reunião golpista realizada em 28 de novembro de 2022.

Coronel Bastos: O Nilton não sabe mais se vão lançar ou não o decreto.

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Medo de ser preso”: militar cita recuo de Bolsonaro sobre minuta do golpe no site CNN Brasil.

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