Início POLÍTICA CNJ aprova normas para o uso de inteligência artificial no Judiciário

CNJ aprova normas para o uso de inteligência artificial no Judiciário

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou o conjunto de normas que vão reger o uso da inteligência artificial (IA) no Poder Judiciário.

A decisão foi tomada durante a 1.ª Sessão Extraordinária de 2025 , na terça-feira (18), e marca um avanço significativo no controle e governança do uso de tecnologias nos tribunais. O Ato Normativo de relatoria do conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello foi aprovado por unanimidade e atualiza a Resolução CNJ n. 332/2020.

Essa regulamentação, que agora inclui diretrizes mais específicas sobre o uso da IA, foi amplamente discutida ao longo de um ano, com contribuições da sociedade e de especialistas. A norma entra em vigor em 120 dias e ainda poderá ser ajustada até lá, conforme explicou o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso.

“O conselheiro Bandeira coordenou o grupo de trabalho, fez audiências públicas e ouviu diferentes segmentos. Apresentou esta proposta de resolução, trouxe o seu voto na sessão passada e tivemos a oportunidade de debater alguns aspectos da resolução”, descatou Barroso.

O novo regulamento busca garantir o uso ético e seguro da IA, assegurando a transparência nas decisões automatizadas e o respeito à privacidade dos dados. Um dos pontos destacados na norma é a obrigatoriedade de supervisão humana, especialmente nos sistemas classificados como de alto risco.

A criação de um Comitê Nacional de Inteligência Artificial será responsável por monitorar e atualizar essas diretrizes, com a missão de acompanhar a evolução das tecnologias e garantir sua conformidade com padrões internacionais.

Elaboração coletiva

A elaboração da medida também contou com a participação ativa de conselheiros e outros órgãos do Judiciário, que sugeriram mudanças para aumentar a transparência, publicidade e a acessibilidade, além de definir com mais clareza a utilização de IA em processos relacionados à segurança pública.

Outra mudança foi a revisão da composição do comitê, que agora será responsável por avaliar a conveniência do uso de soluções de IA, em vez de apenas vetá-las, como constava na versão inicial.

O conselheiro Bandeira ressaltou as contribuições feitas pelos colegas, e por conta dos acréscimos, houve um avanço na contabilidade com as normas vigentes sobre a Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ), a disciplina das tags e dos marcadores a serem inseridos no sistema da IA dos tribunais, e preocupações orçamentárias.

Veja a lista de reocupações inclusas:

  • Soberania digital e letramento digital
  • Acessibilidade dos documentos às pessoas com deficiência
  • Uso da IA nas soluções que envolvam segurança pública
  • Previsão para o desenvolvimento de APIs (interfaces de programação vinculadas a soluções de IA)
  • Periodicidade das auditorias e do monitoramento
  • Estabelecimento de padrões mínimos de transparência e protocolos padronizados para as auditorias
  • Uso da linguagem simples nas comunicações, um dos pilares da gestão do presidente Barroso

“De forma que conseguimos contemplar todas essas preocupações, todas elas legítimas e justas. Foi um esforço coletivo. Dei o meu melhor para tentar construir esse consenso e é bem possível que tenhamos algo a ajustar seja nos próximos meses ou nos próximos anos. Não temos de temer isso”, afirmou o conselheiro.

*Com informações da Agência CNJ 

Este conteúdo foi originalmente publicado em CNJ aprova normas para o uso de inteligência artificial no Judiciário no site CNN Brasil.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Publicidade

Most Popular

Recent Comments