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Avião que caiu em 2021 em SP excedeu limite de peso permitido, diz Cenipa

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou nesta semana o relatório sobre o acidente com um avião de pequeno porte que matou cinco pessoas de uma mesma família em setembro de 2021 em Piracicaba (SP). Piloto e copiloto também morreram.

De acordo com o relatório, a aeronave, um Beechcraft King Air B200GT, tinha um histórico de problemas com as hélices. O documento cita ainda que, no voo que terminou com o acidente, o avião estava com 1.374 libras (623 quilos) acima do máximo publicado pelo fabricante.

Segundo o material, cerca de três meses antes do acidente, a hélice esquerda precisou ser removida para reparo devido a parafusos de lubrificação quebrados.

Possíveis causas do acidente

No dia do acidente, o avião decolou com 1.374 libras, cerca de 623 quilos, acima do peso permitido. A investigação apontou que o proprietário e os pilotos acreditavam que o King Air era capaz de operar acima do peso certificado sem comprometer a segurança.

Durante o voo, a investigação identificou um aumento na rotação de uma das hélices, percebido pelo piloto como um “disparo de hélice”. No entanto, os dados do gravador de voz mostraram que esse aumento estava dentro dos padrões operacionais e não representava um problema mecânico real.

O relatório sugere que, ao tentar corrigir a situação, o piloto reduziu a potência e colocou a hélice direita em passo bandeira, posição em que as pás deixam de gerar tração. Isso ocorreu quatro segundos antes do impacto, tornando impossível recuperar o controle da aeronave, que já estava em estol, ou seja, perda de sustentação.

Histórico de reparos

Segundo o documento, a aeronave foi adquirida em 2019 e acumulava 268 horas totais de voo. A investigação constatou que o avião já havia passado por diversas manutenções. Em uma inspeção de 50 horas de uso, realizada um ano após a compra, foi identificado um aumento anormal na rotação das hélices, o que motivou as primeiras intervenções.

Registros de testes dos motores foram avaliados e não houve evidências de falhas mecânicas pré-existentes que comprometessem a operação da aeronave. No entanto, entre agosto e setembro de 2021, poucos dias antes do acidente, os limites de RPM das hélices foram ajustados, já que existiam diferenças nos motores. A rotação máxima foi alterada de 1.950 RPM para 1.990 RPM.

O relatório também apontou rasuras nas fichas de entrada e saída da manutenção, além de diferenças em relação à Ordem de Serviço, sugerindo possíveis falhas nos registros e na qualidade do serviço realizado.

Conclusão do relatório

O Cenipa classificou o acidente como “Perda de Controle em Voo” e destacou que a combinação de peso excessivo, erro na interpretação do problema e decisões inadequadas na resposta ao evento foram fatores contribuintes.

O relatório também cita que falta de treinamento específico para emergências pode ter influenciado a reação do piloto, que possuía experiência em outras aeronaves, mas pode ter aplicado um procedimento inadequado ao modelo B200GT.

* Sob supervisão

Este conteúdo foi originalmente publicado em Avião que caiu em 2021 em SP excedeu limite de peso permitido, diz Cenipa no site CNN Brasil.

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