A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um esquema criminoso milionário de sonegação fiscal que envolve a venda de sucatas e metais. Os investigadores descobriram que os suspeitos teriam deixado de pagar R$ 101 milhões em impostos, acobertados por meio de empresas-fantasmas.
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Para desarticular o suposto esquema criminoso, a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT), vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), e a Receita do Distrito Federal deflagraram a Operação Metal Precioso.
A operação visava ao cumprimento de 28 mandados de busca e apreensão, bem como ordens judiciais para sequestro de bens e valores. O grupo criminoso é especializado na criação de empresas de fachada, com uso de “laranjas” para viabilizar o esquema de sonegação fiscal, segundo as investigações.
A organização criminosa criava empresas fictícias para substituir organizações reais na venda de sucatas e metais recicláveis. Esse esquema permitia que as empresas beneficiárias continuassem enquadradas em um regime tributário que previa um pagamento menor de impostos.
De acordo com a PCDF, a organização criminosa tem como principais articuladores os sócios das empresas do setor de sucatas e metais para grandes indústrias. Além deles, o esquema tinha apoio de operadores responsáveis
pela constituição das empresas fantasmas, bem como contadores envolvidos na estruturação das fraudes.
Uma década
As investigações indicam que o grupo atua supostamente há aproximadamente uma década no DF. Além da capital brasileira, os policiais identificaram membros da organização em diversas cidades, como Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), Planaltina de Goiás (GO) e Luziânia (GO).
Nesta etapa da investigação, a PCDF busca consolidar e fortalecer provas, individualizando a participação de cada suspeito, bem como de viabilizar o ressarcimento dos valores sonegados ao DF. Os investigadores também trabalham no rastreamento do dinheiro para identificar os beneficiários mensurar os lucros de cada membro.
As diligências estão sendo cumpridas no DF e nos estados de Goiás e Rio de Janeiro, abrangendo residências dos beneficiários do esquema, endereços de “laranjas”, escritórios de contabilidade e sedes das empresas.
Trinta anos prisão
Os suspeitos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, sonegação fiscal, falsificação e uso de documentos falsos, além de lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
O nome da operação faz alusão ao setor econômico das empresas envolvidas, que atuam na comercialização de sucatas e metais.