A Polícia Civil do Rio de Janeiro busca prender 43 integrantes do Comando Vermelho (CV) em uma operação na manhã desta terça-feira (18).
Agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) cumprem os 43 mandados de prisão preventiva contra criminosos que roubavam celulares e extorquiam as vítimas para desbloqueio e revenda dos aparelhos.
A polícia informou que o grupo pressionava violentamente os usuários com ameaças diretas, intimidação psicológica e coação financeira para acessar os dispositivos. A estratégia tornava o esquema criminoso ainda mais lucrativo.
Até o momento, 20 pessoas foram presas. Veja abaixo vídeos das prisões:
Os autores foram identificados por meio de interceptações telefônicas e monitoramento financeiro, comprovando que a organização operava como uma espécie de empresa do crime, com setores especializados em roubo, desbloqueio, revenda e extorsão.
A polícia também informou que grande parte dos alvos da operação desta manhã já havia sido presa anteriormente por roubo, receptação, estelionato e tráfico de drogas. Segundo a investigação, muitos dos criminosos ainda estão envolvidos em casos de latrocínio.
Roubo, ameaça e lucro
Durante a investigação, a Polícia Civil detalhou como funcionava o esquema da organização criminosa. A primeira etapa envolvia o roubo dos celulares em áreas de grande circulação, como Duque de Caxias, Calçadão de Bangu e Central do Brasil.
Os líderes do grupo forneciam armas aos assaltantes para eliminar intermediários, estabelecendo vínculos com traficantes que autorizavam os roubos em troca de parte dos lucros.
Após a subtração, a quadrilha atuava com o núcleo de extorsão, que utilizava diversos métodos para coagir as vítimas. Alguns exemplos dos metódos:
- Ameaças diretas via WhatsApp e SMS: envio de fotos de armas de fogo e exposição de dados pessoais das vítimas, incluindo endereços e nomes de familiares
- Uso de informações adquiridas na “dark web”: criminosos acessavam bases de dados para personalizar as ameaças e aumentar eficácia
- Golpes de “phishing”: mensagens falsas induziam vítimas a inserir credenciais em sites fraudulentos, permitindo que os criminosos desbloqueassem os celulares e acessassem aplicativos bancários
- Pressão psicológica e chantagem financeira: algumas vítimas eram obrigadas a fazer transferências bancárias para evitar que suas informações fossem vazadas ou repassadas a facções criminosas
Caso essas práticas falhassem, os celulares eram desmontados e vendidos como peças para assistências técnicas clandestinas.
O grupo ainda montou uma complexa estrutura financeira para lavar o dinheiro obtido com a revenda dos aparelhos e das extorsões. O esquema envolvia a distribuição dos valores entre contas de terceiros e saques em espécie que eram escondidos em locais estratégicos.
O dinheiro era utilizado para financiar traficantes e abastecer criminosos presos e suas famílias. A investigação também revelou que os investigados ostentavam luxo nas redes sociais com a compra de bens de alto valor e festas bancadas pelo crime.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Polícia busca prender 43 integrantes do Comando Vermelho no RJ no site CNN Brasil.