O procurador-geral da República, Paulo Gonet, não denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em todos os casos nos quais ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF). Na manifestação enviada por Gonet para o Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta terça-feira (18), o ex-presidente é denunciado em um caso apenas, o da suposta tentativa de golpe de Estado.
Nesse âmbito, o ex-presidente seria responsável pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
Apesar de não ter incluído na denúncia desta noite, é esperado que Gonet monte manifestações “fatiadas”, ou seja, Bolsonaro ainda poderia ser alvo em ao menos outros dois casos. Eles são:
- Fraude em cartão de vacina: Bolsonaro e seu então ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, teriam fraudado cartões de vacina para forjar o registro de dose tomada contra a Covid-19.
- Joias sauditas: o ex-presidente também recebeu indiciamento por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos no âmbito da investigação relacionada à venda de joias sauditas, presenteadas ao governo brasileiro, e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos.
Processo
A manifestação de Gonet foi passada para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e será analisada pela Primeira Turma da Corte, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, a quem cabe marcar a pauta de julgamentos.
A expectativa é que o ex-presidente se torne réu ainda neste primeiro semestre. Compõem a Primeira Turma, os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.
Este conteúdo foi originalmente publicado em PGR não inclui vacina e joias em primeira denúncia contra Bolsonaro no site CNN Brasil.