O empresário Francisco Evaldo de Moura (foto em destaque), 56 anos, preso após matar a tiros o motorista de transporte escolar Adriano de Jesus Gomes, 50, na quinta-feira (6/2), teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, na manhã deste domingo (9/2), após passar por audiência de custódia.
Moura disparou contra o vizinho e contra o filho da vítima, Gabriel Ferreira, 20, depois de uma discussão motivada por vaga de estacionamento localizada em uma área pública. O crime aconteceu na Quadra 408 de Samambaia Norte, no Distrito Federal. O jovem não ficou ferido. Após o fato, Francisco fugiu.
No dia seguinte ao homicídio, o empresário se apresentou à 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte). Ao Metrópoles, horas antes de se entregar, o homem confessou o assassinato e disse se arrepender “amargamente”.
Na delegacia, o advogado do autor, Eduardo Vinicius Lopes de Castro, entregou a pistola usada no crime para um policial. A arma estava com uma munição na agulha, retirada no momento da apreensão.
De acordo com o assassino, a arma do crime pertence ao filho dele, que seria policial do Exército.
O que aconteceu
- Na manhã de quinta (6/2), Francisco discutiu com Adriano e o filho da vítima.
- Francisco teria ido à casa de Adriano e iniciado discussão após ver o carro de Gabriel estacionado em área pública. Moradores da quadra relataram que Francisco acreditava ser dono desse espaço.
- Câmeras registraram o momento da discussão entre os três envolvidos, bem como o tiroteio. Francisco sacou uma arma da cintura e disparou ao menos quatro vezes contra Adriano e Gabriel.
- Adriano, conhecido como Tio Adriano por causa do trabalho como motorista de ônibus escolar, foi atingido no pescoço e no tórax. Ele não resistiu. Gabriel não foi ferido.
- Após matar o vizinho, Francisco fugiu em um Chevrolet Ônix prata
Brigas constantes
A desavença entre os vizinhos era antiga, segundo relatos. Principalmente devido ao local em que Adriano deixava estacionado o carro. Em uma ocasião anterior, Francisco ainda teria brigado com a esposa da vítima enquanto ela lavava a área da própria residência
Francisco confirmou que havia provocações entre ele e a vítima desde quando se mudou para a casa, há cerca de 15 anos.
“Justiça”
Em entrevista ao Metrópoles, Elaine de Cassia Ferreira Gomes, 58 anos, esposa do motorista, disse que a família espera por justiça.
“Eu não sei como vou viver sem aquele homem, que era tudo para mim. Ele sempre esteve ao meu lado e ao lado dos meus filhos. Sempre me ajudou em tudo. Eu sei que ele [Francisco] terá a justiça de Deus, pois Deus presenciou tudo o que ele fez. Mas eu quero também a justiça dos homens, e que ele pague por tudo o que fez com a minha família”, disse a mulher, aos prantos.
“É como se [Francisco] tivesse arrancado um pedaço da gente. É como se tivesse um buraco dentro de mim. Eu não durmo durante a noite porque eu sinto muito a falta dele [Adriano]. Tem dois dias que eu não consigo comer ou dormir. Eles [familiares] têm me obrigado [a ingerir algo] para que eu permaneça em pé”, detalhou.
Abraçado à mãe, Gabriel Ferreira Gomes, 20 anos, que também foi alvo dos disparos do empresário, descreveu o pai como seu herói pessoal. O jovem, que não ficou ferido, contou que apesar de toda a tristeza tem se mantido forte para cuidar da família.