O ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem sido cortejado por petistas para integrar a Esplanada dos Ministérios. Senadores da base tentam um encontro de Pacheco com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda nesta semana. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, hoje chefiado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB-SP), é um dos destinos mais cotados.
Pacheco, no entanto, deve sair de férias. Um eventual convite só deve ser feito a partir de março. Até aqui, o mineiro mantém o discurso de que pretende cumprir o mandato de senador por mais dois anos. Assim como Arthur Lira (PP-AL), que também tem o nome ventilado por aliados para assumir um ministério, o momento é de cálculo político sobre uma associação ao governo Lula.
A avaliação do entorno do parlamentar é de que é preciso entender o capital eleitoral que uma pasta de caráter eventualmente mais técnico como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços poderia trazer para possíveis pretensões de tentar a disputa ao governo de Minas Gerais em 2026.
Lula reforçou em entrevista a rádios mineiras nesta quarta-feira (05), algo que tem dito com frequência: que Pacheco é uma das figuras mais importantes de Minas Gerais e poderia ser candidato a governador.
Ainda que Lula tenha ganhado em Minas Gerais em 2022, o eleitor mineiro dá sinalizações de que prefere políticos com perfil de “centro-direita”. Em 2024, por exemplo, o presidente ficou distante da campanha à prefeitura de Belo Horizonte no segundo turno porque o entendimento era de que a aproximação traria mais prejuízos do que ganhos.
No primeiro turno, o PT tentou um candidato próprio para agradar a militância mineira. Poucos enxergavam chances de Rogério Correia (PT-MG) ser eleito.
Outro ponto relevante é entender se Pacheco seria da cota pessoal do presidente Lula ou se os arranjos seriam uma composição partidária. Recentemente, o presidente do partido dele, Gilberto Kassab (PSD-SP), afirmou que o candidato vitorioso de 2026 à presidência precisará do apoio de legendas de centro. Alertou ainda que Lula, hoje, perderia a reeleição.
O presidente da República disse na entrevista desta quarta-feira que a aliança do governo com o PSD é forte e que ainda conversará muito com a sigla. Como prova, garantiu a permanência de Alexandre Silveira (PSD-MG) no governo.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Petistas querem conversa de Lula com Pacheco nesta semana no site CNN Brasil.
