A avaliação no Planalto é de que qualquer reajuste nos combustíveis impactaria ainda mais a popularidade do governo.
Na tarde desta segunda-feira (27), o presidente Lula e os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Rui Costa, da Casa Civil, se reuniram para discutir o assunto com Magda Chambriard, presidente da Petrobras.
Na próxima quarta-feira (29), o conselho de administração da empresa se reúne para avaliar se mantém a tarifa no atual patamar.
A Petrobras tem autonomia para definir o quanto cobra nas refinarias. E segue cálculo próprio para garantir rentabilidade e, ao mesmo tempo, evitar que picos na variação internacional do petróleo impactem consumidores brasileiros.
Cálculo da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis mostra que a Petrobras vende gasolina em com valor 8% menor do que o praticado no mercado internacional.
O Planalto definiu como prioridade o combate à inflação. E o debate sobre os combustíveis não está isolado.
Lula também exigiu que assessores busquem soluções para baratear a conta do supermercado.
O problema é que o governo tem poucas ferramentas à mão para limitar a variação do preços, em geral.
Nesta segunda, o mercado elevou para 5,5% a projeção da inflação para este ano. Na semana passada, a estimativa era 5,08%.
A piora coincidiu com a primeira reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central comandada pelo novo presidente, Gabriel Galípolo. A Selic já está em 12,25% ao ano e a expectativa é de uma alta de 1 ponto percentual.
Enquanto isso, o instituto Quaest registrou pela primeira vez uma taxa de desaprovação ao trabalho de Lula maior (49%) do que a de aprovação (47%).
A diferença está na margem de erro, de um ponto percentual para mais ou para menos.
A piora se concentra no Nordeste, onde o governo perdeu 10 pontos percentuais em apenas um mês. E entre eleitores que ganham até dois salários mínimos (- 7 p.p.).
Este conteúdo foi originalmente publicado em Preço dos combustíveis preocupa governo; Petrobras analisa reajuste na 4ª no site CNN Brasil.