Início BRASÍLIA E SUAS CIDADES SATÉLITES Nova certidão de óbito de Rubens Paiva atribui morte à ditadura. Veja

Nova certidão de óbito de Rubens Paiva atribui morte à ditadura. Veja

A nova versão da certidão de óbito do engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva (foto em destaque) deixa claro que morte foi causada pelo Estado brasileiro de forma violenta e durante a ditadura militar.

O documento (confira abaixo) foi corrigido nessa quinta-feira (23/1), e o Metrópoles teve acesso ao texto.

“Procedo a retificação para constar como causa da morte de Rubens Beyrodt Paiva, o seguinte: não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964”, diz o trecho do novo documento, que foi emitido pelo Cartório da Sé, na capital paulista. Veja:

Imagem de certidão de óbito de Rubens Paiva
Certidão de óbito

A mudança atende a uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 13 de dezembro do ano passado. Aprovada por unanimidade, a medida determinou aos cartórios do Brasil a retificação de mortos e de desaparecidos na Ditadura Militar.

Ainda estou aqui

Segundo o CNJ, antes da medida, apenas 10 de 434 casos analisados pela Comissão Nacional da Verdade tiveram a certidão corrigida.

A morte e o luto da família Paiva é a trama do filme “Ainda estou aqui”, do diretor Walter Salles. A película foi indicada ao Oscar nas categorias melhor filme estrangeiro e melhor filme.

Fernanda Torres, que protagoniza a história na pele de Eunice Paiva – a matriarca da família – também foi indicada, na categoria melhor atriz. Em 5 de Janeiro, Torres ganhou o Globo de Ouro na mesma categoria.

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Ainda Estou Aqui: novo filme de Walter Salles

Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui
Fernanda Torres interpreta Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui
Elenco de Ainda Estou Aqui
Quais são as chances de Ainda Estou Aqui disputar o Oscar 2025?
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Cena do filme Ainda Estou Aqui

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Ainda Estou Aqui: novo filme de Walter Salles

Sony Pictures/Divulgação

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Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui

Divulgação

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Fernanda Torres interpreta Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui

Divulgação

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Elenco de Ainda Estou Aqui

Instagram/Reprodução

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Quais são as chances de Ainda Estou Aqui disputar o Oscar 2025?

Reprodução/IMDB

Quem foi Rubens Paiva?

  • Em 20 de janeiro de 1971, seis homens invadiram a casa de Rubens no Rio de Janeiro fortemente armados e levaram o político para prestar depoimento;
  • Eunice, esposa de Paiva, e Eliana, filha do casal, foram presas no dia seguinte;
  • Rubens foi torturado e morto no Destacamento de Operações Internas (DOI), no quartel da Polícia do Exército.
  • Segundo Amílcar Lobo, médico do DOI, Paiva morreu devido aos ferimentos sofridos em sessões de tortura;
  • Na época, os órgãos oficiais alegaram que Paiva havia fugido durante transferência de prisão e nunca mais fora encontrado;
  • Em 2014, o  Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra cinco ex-militares, são eles José Antônio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Jurandyr Ochsendorf e Souza, Jacy Ochsendorf e Souza e Raymundo Ronaldo Campos envolvidos nos crimes cometidos contra Rubens Paiva;
  • General acusado pela morte de Rubens Paiva recebe pensão de R$ 35 mil, conforme revelou o Metrópoles
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Rubens Beyrodt Paiva - Data da morte ou desaparecimento: 20/01/1971

Busto de Rubens Paiva exposto na Câmara dos Deputados, alvo de deboche de Bolsonaro
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O ex-deputado Rubens Paiva

Divulgação/ Memórias da Ditadura

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Rubens Beyrodt Paiva – Data da morte ou desaparecimento: 20/01/1971

Reprodução/CNV

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Busto de Rubens Paiva exposto na Câmara dos Deputados, alvo de deboche de Bolsonaro

Evandro Éboli – Metrópoles

Desaparecidos e mortos ditadura

A medida do CNJ pretende retificar os documentos de 434 mortos e desaparecidos durante a ditadura militar no Brasil, catalogados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).

Os familiares receberão gratuitamente as certidões de óbito de seus parentes atualizadas, conforme determinado pela Resolução 601/2024 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A entrega dos novos documentos deverá ocorrer em fevereiro, quando os cartórios já tiverem encaminhado os documentos atualizados ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

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