O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou na quinta-feira (23) dois novos diretores de Geociências. No início do mês, dois diretores de Pesquisas pediram exoneração e deixaram os cargos.
Na mudança mais recente, Maria do Carmo Dias Bueno assume o cargo de diretora da área, em substituição à Ivone Lopes Batista, enquanto Gustavo de Carvalho Cayres da Silva assume a diretoria-adjunta, substituindo Patricia do Amorim Vida Costa.
Maria do Carmo atuava como coordenadora-geral-adjunta do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDD). Já Gustavo Cayres integrava a gerência do Cadastro de Endereços e coordenação-geral de Operações Censitárias (CGOC).
“A Presidência agradece às servidoras Ivone Lopes e Patricia Vida, que seguem colaborando com o Instituto e com a Diretoria de Geociências, por sua contribuição e préstimos no período”, diz trecho do comunicado divulgado pelo instituto.
Embate com sindicato
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (ASSIBGE) acusa a direção do instituto de querer forçar uma mudança no nome da associação. O ASSIBGE afirmou, na quinta-feira (23), ter recebido uma notificação extrajudicial com o pedido.
De acordo com o sindicato, apesar de a autoria do documento ser do presidente do IBGE, o economista Márcio Pochmann, a notificação conta apenas com a assinatura do procurador-chefe do instituto público, Carlos Alberto Pires de Carvalho e Albuquerque Junior.
Em nota divulgada ontem, O ASSIBGE classificou o episódio como uma “nítida medida retaliatória”.
“A manifestação do procurador reafirma não ver qualquer ilicitude em utilizar a denominação IBGE+ para a nova fundação de direito privado, mas que o mesmo não se daria com a ASSIBGE, que de acordo com o procurador, não poderia englobar tal sigla“, diz trecho do comunicado do ASSIBGE.
Crise no IBGE
Em setembro passado, uma carta apócrifa com críticas à gestão Pochmann e um pedido de exoneração do presidente do IBGE chegou a circular entre servidores do instituto. Intitulado como “Declaração Pública dos Servidores do IBGE”, o documento apresenta o IBGE+ como pivô das insatisfações dos empregados.
Segundo a carta, trata-se de “uma entidade de apoio de direito privado, implementada sem qualquer diálogo com os trabalhadores”.
“Formalizada em sigilo por 11 meses e anunciada dois meses após sua oficialização em cartório, essa fundação gera dúvidas quanto a sua real finalidade e ao impacto que terá sobre a independência técnica e administrativa do instituto”, diz parte do texto.
Exoneração
Em janeiro deste ano, os diretores Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto pediram exoneração e deixaram os cargos devido ao descontentamento com a gestão de Pochmann.
Além disso, no último dia 15, o ASSIBGE divulgou um comunicado criticando a criação do IBGE+ e afirmando que o braço foi desenvolvido “paralelamente e em segredo”.
Na ocasião, Pochmann rebateu as críticas e declarou que os servidores estavam divulgando mentiras.
Conforme noticiou a CNN no último dia 20, também circulou uma carta aberta assinada por mais de 100 servidores do instituto com críticas ao presidente do IBGE.
*Com informações de Rebeca Borges, da CNN, em Brasília
Este conteúdo foi originalmente publicado em Em meio à troca de funcionários, IBGE anuncia novos diretores no site CNN Brasil.