Início BRASÍLIA E SUAS CIDADES SATÉLITES Coronel diz que levou mata-leão de sargento da PMDF em abordagem

Coronel diz que levou mata-leão de sargento da PMDF em abordagem

Gustavo Erley Santos Morais, coronel do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), relata que foi vítima de agressão em uma abordagem realizada por policiais militares do DF no último domingo (6/1). O oficial alega, inclusive, que um sargento chegou a dar um mata-leão nele durante a ação.

Além disso, imagens obtidas pelo Metrópoles mostram o momento em que PMs tentam tomar à força o celular do coronel do CBMDF. No vídeo, é possível ver quando o oficial decidiu filmar o prefixo das viaturas. Uma pessoa grita: “Não deixa filmar, toma o celular dele aí”. Momentos depois, um policial chega e tentar dominar o bombeiro para pegar o telefone. A filmagem acaba logo em seguida.

Assista:

Versão do coronel

Segundo o coronel, ele foi vítima de agressão e abuso de autoridade por parte dos PMs. O acidente de trânsito foi provocado por outro motorista. Sentindo-se ameaçado, o coronel decidiu acionar a Polícia Militar.

Ao chegar à 8ª Delegacia de Polícia, foi informado de que a unidade estava sobrecarregada devido ao recente feminicídio de Ana Moura Virtuoso e que seria mais adequado registrar a ocorrência em outro local.

Ele conta que, quando estava em deslocamento, foi abordado novamente pelos mesmos policiais militares, que o interceptaram de forma agressiva, tentando retirar a chave do carro e impedindo que ele filmasse a ação.

O oficial relata ter sido imobilizado com um mata-leão e que os policiais teriam combinado uma versão falsa, alegando que ele se recusou a realizar o teste do bafômetro.

Após ter seus documentos apreendidos, ser algemado e colocado no cubículo da viatura, o coronel foi conduzido novamente à delegacia. Ele nega veementemente ter tentado fugir ou evadir do local, como alegam os policiais. O oficial alega que possui imagens e outras provas que sustentam a sua versão.

Versão apresentada pelos policiais

Segundo o relato dos policiais militares que atuaram na ocorrência, o coronel fugiu do local, de modo que foi necessário o deslocamento da equipe para contê-lo. Depoimentos ainda indicam que, ao ser encontrado e abordado novamente, o oficial disse que conhecia alguns coronéis da PMDF. Ele teria acrescentado que iria ligar para eles informando o ocorrido.

De acordo com a versão, o bombeiro teria ameaçado um policial militar, afirmando: “Você vai se ver comigo”. Na delegacia, teria repetido a ameaça contra o PM, dizendo que ele iria “se arrepender de ter feito isso”. Por fim, o coronel foi apresentado ao Núcleo de Custódia do CBMDF.

Em nota, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nega que a 8ª DP estivesse sobrecarregada no momento do registro de ocorrência e que seria mais adequado registrar o BO em outro local devido ao feminicídio de Ana Moura, ocorrido no mesmo dia. A corporação informou ao Metrópoles que “os policiais do plantão negaram veementemente terem informado algo do tipo tanto para o coronel como para algum dos policiais militares que apresentaram a situação”.

Manifestações

O Metrópoles solicitou esclarecimentos do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal sobre o ocorrido. A corporação informou que foi notificada sobre a situação envolvendo o bombeiro.

“Após procedimento apuratório, verificou-se que a situação não caracterizava crime militar. Os autos foram encaminhados ao Ministério Público Militar e o militar, liberado”, disse a corporação.

O CBMDF segue acompanhando o caso com os setores responsáveis. “A corporação reitera que prima pela conduta ilibada e exemplar de seus militares, pautada pelos regulamentos e pelos pilares que norteiam a instituição. Afirma ainda que segue empenhada em investigar quaisquer denúncias de irregularidades e em garantir que medidas adequadas sejam tomadas”, finalizou.

A PMDF informou que preza pela boa mediação de conflitos, e todo o efetivo policial é instruído a agir sempre de acordo com os procedimentos operacionais previstos em normas e regulamentos.

“Qualquer possível desvio de conduta é avaliado por meio de procedimentos apuratórios próprios. O caso específico está sendo acompanhado pela corporação”.

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