O prefeito de Estreito (MA), Leo Cunha (PL), quer ajuda do governo federal para a operação de balsas e para tentar minimizar impactos econômicos após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava sua cidade com o município de Aguiarnópolis (TO), por meio da BR-226.
Ele esteve em Brasília nos últimos dias de dezembro para reuniões no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e outros órgãos do governo.
À CNN, Cunha disse que cerca de 2,5 mil caminhões passavam pela ponte por dia. Agora, Estreito não chega a receber 50 por dia, afirmou.
“Tem borracheiro, posto de combustível, restaurante, lanchonete, oficinas, lojas de peça [impactados]. Como os carros e caminhões não estão mais passando por lá, parou. A ideia é que balsas fiquem levando esses veículos de um lado para outro, e de graça para o povo”, disse.
No Dnit, informou ter tratado do resgate dos corpos das vítimas, da construção de estruturas necessárias para receber balsas de forma emergencial e da reconstrução da ponte.
Procurado pela CNN, o Dnit informou na terça-feira (31) que está em tratativas para a contratação de uma empresa que fará os serviços de transporte por balsas, sem custo para os cidadãos.
“As balsas poderão transportar carros de passeio, ônibus, ambulâncias e caminhonetes. A autarquia salienta que a assinatura do contrato deve ocorrer ainda nesta semana. As balsas entram em operação imediatamente após a assinatura do contrato”, acrescentou.
O prefeito Leo Cunha ainda afirmou que pretende encaminhar um documento à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República com o impacto socioeconômico causado pela queda da ponte.
A ideia do político é conseguir alguma ajuda do governo federal para minimizar esses efeitos.
Veículos e pessoas estavam sob a ponte no momento da queda. A Marinha do Brasil confirmou, nesta quarta (1º), 12 mortes entre os 17 desaparecidos iniciais. Ao todo, cinco pessoas continuam desaparecidas, pela última atualização.
Reconstrução da ponte
Na terça, o Dnit anunciou, por meio de publicação no Diário Oficial da União, a contratação de um consórcio para reconstruir a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, com custo estimado em quase R$ 172 milhões.
No documento, também é estipulado que a reconstrução da ponte seja finalizada até 22 de dezembro de 2025. Por se tratar de uma medida emergencial, a contratação foi realizada sem necessidade de licitação.
O consórcio será formado pelas empresas Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitadas. O documento, no entanto, não especifica a data de início das obras.
O Dnit também definiu uma série de diretrizes técnicas para a nova estrutura. A ponte será 100 metros mais extensa que a anterior, alcançando um total de 630 metros, com um vão livre de 150 metros.
A largura da nova travessia será de 19 metros, sete a mais que a anterior. Serão:
– Duas faixas de rolamento de 3,60 metros cada;
– Dois acostamentos de 3 metros cada;
– Duas barreiras de proteção tipo New Jersey, com 40 centímetros cada;
– Dois passeios de 2,3 metros cada;
– Guarda-corpo em ambas as extremidades.
Segundo o diretor-geral do Dnit, Fabrício de Oliveira Galvão, no portal do órgão, o valor também servirá para a demolição da estrutura antiga e limpeza dos escombros.
“Além de investir em uma nova travessia mais extensa e mais larga, com passeios para pedestres, ciclovia, vai poder executar os serviços necessários de demolição da estrutura antiga e limpeza da área com a remoção dos escombros”, complementou o diretor.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ponte que caiu: prefeito busca ajuda federal para balsas e impactos econômicos no site CNN Brasil.