Início POLÍTICA Braga pede que governadores e prefeitos ampliem cashback para saneamento básico

Braga pede que governadores e prefeitos ampliem cashback para saneamento básico

O relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), fez um apelo para que governos estaduais e prefeituras ampliem o “cashback” para as contas de água e esgoto.

Em sua versão final, o texto da reforma aprovado pela Câmara excluiu o saneamento básico da lista de setores com alíquota reduzida do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Os deputados reverteram a equiparação do saneamento ao setor de saúde, feita pelo Senado, com um desconto de 60% sobre o IVA padrão.

No entanto, consumidores de baixa renda — lares com renda per capita de até meio salário mínimo — serão beneficiados pelo mecanismo do cashback. Haverá devolução de 100% da CBS (de aplicação federal) e de 20% do IBS (estadual e municipal), mas os estados e municípios têm liberdade para ampliar esse percentual.

“Vai caber aos governos estaduais e aos governos municipais […] fazer o debate. Vai depender dos governadores aumentar o cashback nos estados para 100% no caso do saneamento para que não tenhamos o desequilíbrio nos contratos de concessão de água e esgoto”, afirmou Braga, durante o evento “CNN Talks – Reforma Tributária: Agora ou Nunca“.

“Isso, sim, vai afetar consumidores de baixíssima renda”, enfatizou o senador, que defendia a alíquota reduzida para o saneamento.

“Terá que haver uma mobilização nacional para que os governadores e prefeitos aumentem o cashback para 100% para que possamos ter uma alíquota equilibrada nos contratos de saneamento.”

Reequilíbrios contratuais

A Abcon (associação das concessionárias privadas de saneamento), no entanto, avalia que o cashback não resolve a situação porque contempla apenas os lares com renda per capita de até meio salário mínimo.

Em entrevista ao CNN Money, nesta quarta-feira (18), a diretora-executiva da Abcon, Christianne Dias Ferreira, demonstrou preocupação com os efeitos da reforma e o “timing” dos pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.

De acordo com ela, a carga tributária do setor deverá passar de 9% para 26% com o texto aprovado no Congresso Nacional. Isso significa que as tarifas precisarão subir cerca de 18% — num momento em que o marco legal do saneamento determina a universalização dos serviços de água e esgoto até 2033, com dezenas de bilhões de reais em investimentos.

O receio das empresas é que os processos de reequilíbrio demorem muito tempo e acabem não saindo conforme os pleitos.

Christianne lembrou que o setor é regulado por quase 100 agências municipais ou estaduais. Há um temor de morosidade e excesso de burocracia nos processos, com resultados finais que não recomponham integralmente o desequilíbrio das operadoras de água e esgoto.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Braga pede que governadores e prefeitos ampliem cashback para saneamento básico no site CNN Brasil.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Publicidade

Most Popular

Recent Comments