Início POLÍTICA Projeto do Aborto: Lira deve discutir destino da proposta com líderes nesta...

Projeto do Aborto: Lira deve discutir destino da proposta com líderes nesta terça (18)

O projeto de lei que equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio deve ter o destino traçado nesta terça-feira (18).

A expectativa é de que líderes partidários debatam o tema durante reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Na última semana, o plenário da Câmara aprovou a urgência do projeto. Agora, o mérito do texto — ou seja, o projeto em si — poderá ser votado diretamente pelo plenário, sem a necessidade de passar por comissões temáticas, embora não haja uma data certa para isso acontecer.

Leia Mais

Paulinho da Força reassume presidência do Solidariedade após prisão de Eurípedes

Justiça arquiva processo contra Michel Temer por suposto recebimento de propina

Parada há 13 anos, PEC que autoriza trabalho para adolescentes volta à pauta da CCJ

A aprovação da urgência gerou reação negativa de parte dos parlamentares, de entidades da sociedade civil e de manifestantes, que fizeram protestos contra o projeto ao longo do fim de semana.

Após a repercussão negativa do caso, Lira se comprometeu a escolher uma mulher para a relatoria do texto. O presidente da Câmara também deverá entregar o projeto a uma parlamentar de centro, que não defenda posições extremas favoráveis ou contrárias à matéria.

Nos bastidores, ainda não há uma previsão de data para a votação do mérito do projeto.

O autor principal do projeto, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), nega que vá aceitar parar com a tramitação do texto diante das resistências encontradas.

Na segunda (17), as deputadas Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP) apresentaram pedido para que o projeto seja devolvido a Sóstenes. Na prática, a tramitação seria paralisada.

Na avaliação das parlamentares, o texto “incorre em diversas e evidentes inconstitucionalidades, motivo pelo qual deve a proposição ser devolvida, imediatamente, ao seu autor”.

As deputadas também questionam a maneira como foi feita a votação da urgência da matéria — em poucos segundos e sem o suposto anúncio do que estava sendo analisado.

O projeto prevê que o aborto legal – permitido no Brasil em casos de estupro, perigo de morte à gestante ou por um tipo de malformação fetal — só seja permitido até 22 semanas de gestação. Na legislação atual, não há um prazo fixo para que o procedimento seja feito.

Caso isso aconteça, a pena deve ser aplicada conforme a do crime de homicídio simples: de seis a 20 anos de prisão. A matéria conta com 33 autores — mais da metade pertence ao PL.

Ministro avalia que não há clima para votação

Na segunda, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que não haveria clima para que o projeto avance no Congresso Nacional.

Para o ministro, responsável pela articulação política do governo, a aprovação da urgência do texto na Câmara não significa que o mérito será pautado para votação.

“Não tem clima e ambiente e nunca houve compromisso dos líderes, não só do governo, de votar o mérito, e não tem ambiente para se continuar o projeto”, disse.

Reação no Senado

Apesar de o projeto estar em tramitação na Câmara, o aborto deu o que falar nesta segunda no Senado por conta de uma audiência sobre o tema no plenário da Casa. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) convidou uma contadora de histórias para interpretar um texto contrário à assistolia fetal como método de aborto legal.

Procurada pela CNN, a assessoria do senador Girão confirmou que a equipe do parlamentar foi responsável pelo convite, e que a participação ocorreu de forma voluntária.

Logo após a performance desta segunda, o trecho repercutiu nas redes sociais e gerou um “movimento de ódio”, segundo avaliação de Nyedja à CNN.

“Em nenhum momento fui a favor de estuprador. Minha história era para falar da assistolia fetal”, disse. “O que estou vendo são ameaças, até ameaças de que vão me bater”, acrescentou.

A analista da CNN Jussara Soares informou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rechaçou o uso da dramatização na audiência pública sobre assistolia fetal como método de aborto legal.

Pacheco, nos bastidores, disse que o debate sobre o tema deve levar em conta todas as correntes, critérios técnicos, científicos, a legislação vigente e, sobretudo, o parecer das senadoras.

“Não tem motivo nenhum [para crítica de Pacheco] porque aqui é uma Casa da liberdade. Quantas sessões presididas por Pacheco nós já presenciamos músicas e artistas.

Ela expressou, através da livre manifestação artística, o que acontece na assistolia fetal. Não vejo motivo para essa polêmica”, afirmou Girão.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Projeto do Aborto: Lira deve discutir destino da proposta com líderes nesta terça (18) no site CNN Brasil.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Publicidade

Most Popular

Recent Comments