O câncer de próstata é o tipo de tumor que mais mata homens no Distrito Federal. No entanto, a rede pública do DF de tem apenas 22 proctologistas e 58 urologistas, segundo dados oficiais do governo local. Enquanto a doença avança, mais de 16 mil pacientes aguardam 500 dias, em média, para uma consulta.
De acordo com pesquisa da deputada distrital Dayse Amarilio (PSB) no Sistema de Regulação (Sisreg), 6.382 pacientes estão na fila para consulta com um coloproctologista. O tempo médio de espera é de 587 dias. O estudo apontou que 10.021 aguardam um urologista. Neste caso, a demora média é de 573 dias.
A campanha mundial Novembro Azul destaca a importância do cuidado e prevenção contra a doença. Entre 1º de janeiro e 11 de novembro de 2023, dos 805 óbitos causados por tumores, 103 foram na próstata. Em 2022, o carcinomas mataram mais de 1 mil homens. Deste total, 165 perderam as vidas por causa de câncer de próstata.
“Nós temos grandes gargalos na Saúde Pública do DF, em áreas muito importantes. São doenças que se prevenidas antecipadamente o paciente terá mais chance de sobrevida e vida, mas também um menor gasto do dinheiro público. E tudo perpassa muito pela questão dos servidores”, comentou Amarilio.
Falhas nos mutirões
Segundo a deputada, a política de mutirões para zerar filas tem resultados positivos apenas no início. Isto porque os mutirões são feitos a partir de parcerias com a rede privada. Os médicos de hospitais privados não fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e, por isso, a continuidade do tratamento fica em xeque.
“A gente zera a fila no atendimento, mas não consegue dar prosseguimento nesses casos, porque são médicos que não são integrados à rede pública”, explicou. “Para quantidade de pacientes que aguardam e o número de profissionais que a gente tem na rede, a tendência é aumentar. E o novembro não está nada azul. E a situação da Secretaria de Saúde continua no vermelho”, alertou a parlamentar.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde e com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF). Por nota, as instituições não comentaram se avaliam o número de profissionais adequado ou não.
Ainda de acordo com a pasta, a rede pública dispõe dos principais exames necessários ao diagnóstico e acompanhamento de doenças urológicas, como exames laboratoriais, ultrassonografia e tomografia.
“O primeiro passo é a avaliação adequada pelo médico urologista. A consulta é regulada e o agendamento obedece à classificação de risco e ao tempo de inserção no sistema”, explicou a secretaria, em nota.