O analista de tecnologia da informação (TI) Daniel Moraes Bittar, 42 anos, acusado de raptar uma menina de 12 anos, em 28 de junho último, passou pela primeira audiência do processo a que responde, na Justiça do Distrito Federal, nesta sexta-feira (27/10). Ele foi denunciado por cinco crimes, assim como a comparsa Gesiely de Sousa Vieira, 23.
O processo corre em sigilo, por envolver violência sexual e vítima menor de 18 anos. Daniel foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em julho.
Nesta primeira audiência, ele e outros envolvidos no caso, como acusação e advogados que representam os réus, são na Justiça, para que um magistrado decida como será o andamento do processo.
Daniel e Gesiely são acusados pelos seguintes crimes:
Dano;
Ameaça;
Cárcere privado;
Estupro de vulnerável; e
Registro e compartilhamento de cena de sexo com criança.
Raptada ao sair para a escola
Daniel foi preso na noite de 28 de junho, depois de sequestrar uma criança de 12 anos, abusar sexualmente dela e mantê-la como refém. A vítima foi raptada enquanto ia para a escola, em uma tarde de uma quarta-feira, no bairro Jardim Ingá, em Luziânia (GO).
No momento em que abordou a vítima, Daniel estava acompanhado de Gesiely. Ela relatou à polícia que teria sido coagida a participar do sequestro e, depois, deixada na Cidade Ocidental (GO), antes de o parceiro ir para Brasília com a criança.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) detalhou que a vítima foi ameaçada com uma faca e dopada pelo criminoso, antes de ser colocada em uma mala e levada para a casa dele, na Asa Norte. A comparsa é acusada de ajudá-lo a raptar a menina.
A vítima é sobrinha de um policial militar de Goiás. O tio dela acionou o Serviço de Inteligência da Polícia Militar de Goiás (PMGO) e começou a refazer os caminhos da criança, desde que ela saiu de casa para ir ao colégio.
Identificação do suspeito
Perto do endereço onde a família da vítima morava, câmeras de segurança gravaram o carro de Daniel, Ford EcoSport preto, na região. O automóvel havia sido descrito por testemunhas como o usado pelo criminoso.
Policiais do 20º Batalhão da PMGO, em Valparaíso (GO), comunicaram o caso à PMDF, que ajudou a identificar o endereço de Daniel por meio da placa do carro.
No local onde a menina foi resgatada, na casa do criminoso, na 411 Norte, os policiais encontraram uma estrutura completa para gravações de vídeos, além de diversos objetos sexuais.
Nas mídias sociais, Daniel fingia combater a pedofilia para não ser descoberto, segundo as investigações. Ele, inclusive, teve o cuidado de sair do Distrito Federal, onde poderia ser conhecido, para cometer o crime em Goiás.
O Metrópoles tentou contato com a defesa dos réus, mas não teve retorno até a mais recente atualização desta reportagem.