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Temporal em Petrópolis deixa 38 mortos; bombeiros ainda não sabem quantos são os desaparecidos

Grande parte da cidade está sem luz nem água. ‘São inúmeros carros abandonados, ônibus dentro de rios’, disse o secretário de Defesa Civil.

A Prefeitura de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e o Corpo de Bombeiros informaram na manhã desta quarta-feira (16) que subiu para 38 o número de mortos após a tempestade da tarde de terça (15). O Corpo de Bombeiros ainda não tem ideia do número de desaparecidos.

A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento às vítimas. Quem tiver parentes desaparecidos deve procurar a delegacia.

A Defesa Civil informou que ainda há previsão de chuva moderada a qualquer momento no município nesta quarta-feira (16) . Em caso de emergência, o telefone 199 está disponível.

Veja ao final da reportagem como ter informações sobre desaparecidos, onde estão os pontos de acolhimento e como ajudar com doações.

Cidade sob a lama

Com o dia claro, era possível ver o tamanho da devastação — embora, em muitos locais, fosse difícil distinguir o que era casa, o que era terra ou o que era rua.

Morros vieram abaixo, carregando pedras do tamanho de carros; veículos ficaram empilhados com a força da correnteza; vias importantes foram bloqueadas, dificultando o acesso aos desabrigados.

O Alto da Serra foi uma das localidades mais devastadas. A prefeitura estima que pelo menos 80 casas foram atingidas pela barreira que caiu no Morro da Oficina. Um vídeo mostrou o momento da queda.

Entenda causas do desastre em Petrópolis e veja a previsão do tempo para hoje na cidade e no resto do país

Outras regiões também foram atingidas, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Whashington Luiz e Coronel Veiga.

Corpos também foram encontrados no Centro da cidade depois que o nível do rio desceu.

‘Situação quase de guerra’, diz governador
O governador Cláudio Castro cancelou a agenda desta quarta-feira e foi para Petrópolis.

“A situação é quase que de guerra. Vimos carros pendurado em poste. Carro virado de cabeça para baixo. Muita lama e muita água ainda”, descreveu.
Segundo Castro, o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, deve ir à cidade na próxima sexta-feira (18). “Grupos de trabalho já estão vendo o que vai precisar ser reconstruído. Mas nesse momento é salvar as pessoas e limpar a lama, lixo e escombros”, disse.

Castro afirmou que “as sirenes funcionaram perfeitamente”. “Tanto que a tragédia não foi maior porque as sirenes funcionaram.”

“Mas foi uma tragédia de uma hora para outra, com uma quantidade de chuva raramente vista: 200 milímetros em duas horas é uma quantidade absurda e infelizmente, não teve como salvar todas as pessoas”.

‘Muita gente chegando em óbito, cheia de terra, de várias idades’, relatou um médico em um pronto-socorro.

“Estamos passando por uma situação de extrema gravidade, e direcionamos todos os esforços para garantir o socorro da população”, destacou o prefeito Rubens Bomtempo.

A busca por sobreviventes em meio ao soterramento no Morro da Oficina seguiu intensa ao longo da madrugada e contou com a ajuda de moradores e equipes dos Bombeiros, Exército e Defesa Civil.

Agentes das secretarias de Obras, de Serviço, Segurança e Ordem Pública, Saúde, Educação, além da Comdep e CPTrans também atuavam no atendimento da população e recuperação da cidade.

“Orientamos a população que ao sinal de qualquer instabilidade nas áreas em que residem, que procure o ponto de apoio e nos acionem”, destacou o secretário de Defesa Civil, o Tenente Coronel Gil Kempers.

Pontos de apoio

A Prefeitura abriu todos os pontos de apoio para o acolhimento da população de área de risco.

“Em geral, essas estruturas funcionam em escolas e neste momento, há atendimentos nas localidades do Centro, São Sebastião, Vila Felipe, Alto Independência, Bingen, Dr. Thouzete e Chácara Flora. Ao todo, 184 pessoas estão recebendo suporte da prefeitura, que direcionou para as unidades profissionais da Saúde, Educação, Agentes Comunitários, além da Defesa Civil”, disse o município.

Pontos de Acolhimento

Esses locais recebem doações e abrigam desalojados:

Centro de Educação Infantil Chiquinha Rolla
Escola Estadual Augusto Meschick
Escola Municipal Alto Independência
Escola Municipal Ana Mohammad
Escola Municipal Doutor Paula Buarque
Escola Municipal Doutor Rubens de Castro Bomtempo
Escola Municipal Duque de Caxias
Escola Municipal Governador Marcello Alencar
Escola Municipal Odette Fonseca
Escola Municipal Papa João Paulo II
Escola Municipal Rosalina Nicolay
Escola Municipal Stefan Zweig
Escola Paroquial da Igreja Bom Jesus
Quadra do Boa Esperança Futebol Clube
Salão Paroquial da Igreja São Paulo Apóstolo

Fonte: G1

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