Emma Coronel, esposa do ex-líder do tráfico mexicano “El Chapo” Guzmán, foi sentenciada nesta terça-feira (30) nos Estados Unidos a três anos de prisão por sua participação no poderoso cartel de Sinaloa, liderado por seu marido.
O juiz Rudolph Contreras, da corte federal de Washington, impôs à ex-miss de 32 anos uma sentença inferior aos quatro anos solicitados pela promotoria, reconhecendo que a ré era adolescente quando se casou com Guzmán, e que admitiu sua culpa após sua prisão em fevereiro.
Após ouvir a sentença, a jovem, vestida com paletó e calça escura e com o rosto parcialmente coberto por uma máscara preta, não fez comentários.
Anteriormente, ela havia expressado em espanhol seu “mais sincero arrependimento por qualquer dano que possa ter causado”, afirmando se sentir “envergonhada”.
“Hoje o sofrimento que causei à minha família me dói muito”, garantiu, e implorou ao juiz que lhe permitisse criar suas filhas gêmeas de nove anos.
Além dos 36 meses de detenção, Contreras ordenou que Coronel cumprisse quatro anos de liberdade supervisionada, um ano a menos do que os promotores haviam exigido, além do pagamento de US$ 1,5 milhão.
Os nove meses que já passou na prisão serão descontados de sua pena.
Coronel, que tem cidadania americana e mexicana, foi presa em 22 de fevereiro de 2021 no Aeroporto Internacional Dulles, nos arredores de Washington, por suposta “cumplicidade” com o negócio de tráfico de drogas de seu marido.
Em 10 de junho, se declarou culpada de três acusações: conspiração para distribuir drogas ilegais nos Estados Unidos, conspiração para lavagem de dinheiro das drogas e envolvimento em transações financeiras com uma organização de tráfico de drogas.
“Boa sorte para você. Espero que você esteja criando suas gêmeas em um ambiente diferente do que experimentou até agora”, disse o juiz Contreras a ela na terça-feira.
Entre seu casamento e sua prisão em fevereiro, Coronel se beneficiou “de várias maneiras” e “conscientemente” dos ganhos de seu marido, de acordo com documentos judiciais dos Estados Unidos.
Os promotores disseram que ela admitiu ter conhecimento da importação para os Estados Unidos de pelo menos 450kg de cocaína, 90kg de heroína, 45kg de metanfetamina e 90 toneladas de maconha.
Fonte: G1.